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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Coelhos e Notas

"Imaginem dois coelhos numa cova, de certeza que vão sair coelhinhos, mas se puserem duas notas de cem euros, imaginam que vão sair notas de vinte?" (Francisco Louçã)

Desde já avanço que não quero entrar em politiquices. Esta expressão pode levar muitos rumos, uns mais humorísticos que outros, a mim leva-me à "crise" que estamos a viver.
Não só à crise económica, mas à crise de valores que talvez nos tenha levado a uma crise mais profunda.
Quem sabe se toda esta conjuntura não terá sido a evolução primária de uma crise de valores.
Se calhar há males que vêm por bem. Se calhar...
Quantas vezes andamos a 100 à hora, afogados em tarefas, e não tiramos 10 minutos para olhar a natureza?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, perdidos em agendas, e não tiramos 10 minutos para um cafesinho com um amigo?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, confusos com os ponteiros do relógio, e não tentamos chegar 10 minutos mais cedo a casa e ligar aos nossos pais?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, na confusão do trânsito, e não tentamos chegar 10 minutos mais cedo a casa e dar o beijo de boa noite aos nossos filhos?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, ocupados com coisas menos importantes, e não tiramos 10 minutos para entrar numa igreja?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, ocupados com agendas que não existem, e não tiramos 10 minutos para estarmos connosco?
Se calhar, no meio da confusão, quando tirarmos 1 minuto para tudo isto, talvez...
talvez já não haja natureza, fruto do crescimento desenfriado
talvez já o amigo não nos conheça, fruto do nosso afastamento
talvez os nossos pais já não consigam dar-nos aquele conselho tão importante
talvez os nossos filhos já tenham saido de casa e nós não vimos os seus sorrisos enquanto brincavam
talvez a igreja que sonhámos fazer crescer já não exista
talvez eu já não me reconheça ao espelho

Por que agendas terá andado a humanidade nos últimos anos? Até quando andará ela ocupada a contar tostões enquanto consome os recursos desenfreadamente sem olhar para trás.
Talvez quando parar 10 minutos para isso, já não haja humanidade, mas um conjunto de máquinas que respiram...

Uma visão infantil, ingénua, primitiva? Talvez...

2 comentários:

Celinha 007 =) disse...

Uma visão real, que anseia por mudanças em seres que se limitaram à acomodação... Eu subscrevo!

Ondina disse...

No final de um dia em que a tarde foi preenchida com um debate aceso com Ordem e Sindicatos de enfermagem, só posso acrescentar ao que disseste que realmente temos que tomar este mundo nas nossas mãos e acreditar que muito depende do que fizermos hoje.

Bjinhos aos 3 aí de casa.

 

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