2000-2009

Depois de algumas confusões devido ao ano da passagem da década, e uma vez que já tinha escrito e publicado este post, resolvi publicá-lo definitivamente.

Mais uma década que acaba...
Uma década cheia de revoluções na minha vida...
É nestas alturas, em que até gostaría de ilustrar um pouco as coisas, que me lembro que em 99% das ocasiões marcantes, ou estou concentrado em vivê-las ou estou atrás da objectiva...
Assim, enumerando os factos ao sabor da memória, com o rigor que a mesma me proporciona:
- Começando pela minha afirmação no meu primeiro local de trabalho (começado no final da década anterior)
- A minha passagem pelo SDPJ
- Conhecer a Liliana (já passaram dez anos!!!)
- Definir o meu futuro no plano vocacional - optar melo matrimónio - dois amigos optaram pelo sacerdócio
- O meu primeiro carro, e que foi comprado com o suor do meu trabalho
- As equipas do Itinerário Espiritual
- A Jornada Mundial da Juventude na Alemanhã - ainda mantenho contacto com os familiares de França, e, inclusivamente, vieram ao nosso casamento
- O ESCRINA, a grande loucura de abraçar o ESCRINA com o João e levar aquela malta à loucura sã de conhecer Cristo
- O falecimento de João Paulo II
- O meu segundo carro, desta vez novo
- A minha primeira mudança de emprego - como foi difícil entregar a carta de demissão
- A minha segunda mudança de emprego - esta foi com alívio que entreguei a carta
- Taizé, simplesmente Taizé
- Começar a pagar a nossa casa
- Fernando Aleixo - os sentimentos que estão por trás deste nome e que a memória vai apagando, sucumbindo à força da distância
- IDESO e os episódios de tantos CF, e as partilhas de tantas equipas
- O nosso casamento
- Viver o nosso casamento
- Mudar de paróquia
- Deixar a paróquia-mãe (tá difícil cortar cordão umbilical)
- O nosso JF (já vai fazer um ano)

Tantos e tantos momentos...
Nestes e noutros, e pelo meio do que de bom se passou neles, também há momentos menos bons, com os quais me martirizo sempre que os recordo... momentos dos quais não me orgulho... momentos em que "matei" amizades, em que no meio de ataques directos houve danos colaterais irreversíveis...
Não sei se falarei em arrependimento, não valerá de nada, direi antes tristeza por os ter feito, a grande maioria feitos de cabeça quente... Mas com todos eles aprendi muito... Com essas quedas aprendi a crescer... É assunto para outras conversas...
Esta década já foi... venha outra e depois outra e que todos os dias possamos viver o presente em comunhão com o nosso próximo a fim de termos um presente feliz e deixar um futuro promissor aos nosso filhos.

Feliz Ano Novo

Prendas

Por falar em Natal...
Presentes!!
Vamos esquecer por momentos a parte do consumismo, e centramo-nos no tipo de presentes.
É um alerta a fabricantes e futuros compradores de brinquedos para oferecer.
Como se já não fosse suficiente os brinquedos para crianças até 3 anos ser inversamente proporsional ao tamanho das mesmas, ainda há fabricantes que têm a ausadia de os fabricarem sem botão "ON-OFF", ou como se diz em português de Portugal "LIGADO-DESLIGADO"!
Acreditem que é de loucos e de levar as mãos à cabeça... e já agora estou disposto a pagar mais um euro para ter botão de regulação de decibéis...
Agradeço os presentes que deram ao JF, mas já apanhei alguns sustos, por inadevertidamente tocar em objectos, que o piqueno faz o favor de atirar para fora do parque, e aquilo começar para ali a debitar cantorias e buzinas e outros sons estranhos, sem eu estar a contar. É cada salto e já começa a irritar. A maravilha que não seria ter um botão daqueles, porque isto de passar o dia a tirar pilhas e pôr pilhas ainda é pior.
Já cheguei ao desespero de colocar fita-cola por cima do altifalante de um deles. A parte dos decibéis a mais ficou resolvida...
Quando quiserem oferecer brinquedos que fassam barulho, pensem no botãosinho mágico ou então ofereçam um pacote de fraldas... os pais agradecem...

O Natal já foi... de loucos

O Natal já foi... atribulado quanto baste, diga-se...
Esta época deprime-me (venha um psicólogo que me diga porquê)...
Não bastava este facto, ficar deprimido no Natal, quando tínhamos tudo prontinho, desde horários nos avós paternos num dia e nos maternos no outro, as comprinhas todas feitas, eis quando surge um pico de febre daqueles...
"Tou sim, é a mãe do JF? Logo que possa venha buscar o pequenote porque está com muita febre!"
Final da tarde de Terça-feira, dia 22, direitinhos ao Sr. Dr.
"Tem sintomas característicos... com a idade dele estamos a fazer despiste, pelo sim, pelo não. Vai já para o hospital fazer recolha para despistagem"
Há 1 da manhã de volta a casa, com os máximos cuidados para não haver recaídas.
Alteram-se os planos todos. Já não saímos de casa, vêm eles cá.
Na quarta confirma-se: temos H1N1 cá em casa, o piqueno está infectado. Agora é que altera tudo mesmo: época de quarentena.
No dia 25, e a uma hora de ter a casa cheia de gente que arrisca a proximidade, novo pico de febre. Hospital novamente. Conclusão o almoço passou para as 16h...
Que correria...
O piqueno lá vai reclamando o sabor da medicação, mas pelo meio de alegres sorrisos lá vai tomando tudo... é um herói!
A quarentena acabou... E a normalidade vai-se instalando, se é que é possível haver normalidade com piquenos por perto...
Feliz Natal (atrasados, eu sei, mas "Natal é quando um Homem quiser)

Sem palavras...

Eles são 49...

Todos juntos...

Todos os sábados...

Gritam...

Falam pelos cotovelos...

Não nos ouvem...

Cantam muito bem...

Fazem-nos ficar de cabelos em pé... (não pelas lindas vozes!)

Por vezes ficamos sem saber que lhes fazer para nos ouvirem...

Tentamos de tudo...

E depois aparece este vídeo...

É a malta do 8º da Paróquia de St. André de Esgueira... Grandes "Heróis"

Vale a pena pensar 2

O "Vale a pena pensar" 1 é da Sónia.
Depois de o ler não resisti a ir ao fundinho do meu telemóvel, distorcer ainda mais as caras e a colocar aqui este episódio.
Fomos almoçar a um qualquer centro comercial. Enquanto esperava que a Li viesse com a comida, presenciei este "quadro".
Não resisti, apesar de saber que é proibido tirar fotos em centros comerciais. Puxei pelo telemóvel, e, enquanto disfarçava que tirava um foto ao JF, virei um bocadinho o telemóvel e pronto.

Com a pouca iluminação, a distância e a abertura focal limitada de um telemóvel, esta foi a ampliação possível do "quadro".
Um pai com o seu PC de 15 polegadas e o filho com o seu PC de 8 polegadas.
Isto foi em período de férias escolares, por isso calculo que o miúdo tenha ido com o pai para o escritório. Chegaram os dois. Almoçaram. Puxaram pelos seus PC's. Teclaram durante um bocado (o pai certamente a responder a e-mail's, o filho provavelmente a jogar um jogo qualquer). Arrumaram o seu PC e foram embora de mão dada.

Vicicitudes do dia-a-dia dos dias de hoje?

Positivo?

Negativo?

Que à primeira vista foi uma cena interessante, quem sabe até comovente, isso foi...

Uma análise mais profunda da coisa... deixo para os profissionais.

Pela vossa vida, liguem as luzes

Quer seja amanhecer, dia, anoitecer ou noite, com nevoeiro ou sem ele, se estiver a chuver (pouco ou muito), liguem as luzes do carro onde circulam.

Elas podem não servir para ver (de dia não servem para ver nada), mas servem, e muito, para serem vistos.

Um destes dias de chuva apanhei um susto daqueles...

Não chuvia muito, mas ía atrás de um camião que levantava muito spray com a água que estava na estrada.

Limpa-vidros no máximo aproximei-me para preparar a ultrapassagem.

Cheguei-me mais para o centro da estrada para verificar se vinha alguém em sentido contrário.

Ninguém. Fixe! Aqui vou eu...

"..............."

Foram muitas e compridas aquelas palavras lindas que se dizem nestas situações...

Por pouco não tinha um encontro imediato com um veículo automóvel que vinha em sentido contrário e que eu não conseguia ver ao longe, porque ele vinha com os médios desligados...

Pela vossa vida, liguem as luzes...

O tempo não pára...

O tempo não pára!

Um mês de silêncio já passou...

Não tão silêncioso quanto isso, mas atribulado quanto baste.

Os dentitos do JF. Os dentitos e companhia: febre, obstipação, diarreias...

Uma noite completamente às claras com uma paragem de digestão...

Andámos os três a brincar à solidariedade: ía-mo-nos revesando na função de carregar com a constipação, e deu no mínimo duas voltas completas, aliás, volta não volta ainda se sentem alguns sintomas da "solidariedade"...

Um PC que resolveu avariar... não faz mal, a última cópia de segurança foi à...... dois meses!!!!!! Um tipo como eu que não se cansa de falar em cópias de segurança... Que stress! "Será que vou perder tudo?" Duas semanas e dezenas de fotos e outros documentos voltam intactos... Sábado é dia de cópias de segurança!

O JF já nos tira o descanso desde que começou a correr a casa "de gatas", levanta-se agarrado ao que se conseguir agarrar, "prova" tudo o que encontra no caminho,... Uma infinidade de expressões saltam daqueles olhinhos redondos e daquele sorriso "bidente"...

Volta a chuva e o frio.

Voltam os casacos.

E chega uma época que me faz pensar e me deixa sempre algo deprimido.

Faz-me pensar, um mal que tenho desde que me lembro, pensar demais, ponderar demais.

Não digo que já não me salvou a pele muitas vezes, mas às tantas se calhar até gostava de ser um pouco mais... espontâneo? Não pensar tanto...

Mas sou assim e penso muito e tenho loongas noites.

Noites em que a casa dorme e eu vagambundeio pelos nossos 105m2.

Noites em que ligo o PC e a escrita não corre...

Chega o dia. Se por uma lado é um dia especial, por outro nada faço por alterar a rotina de mais um dia do calendário.

A manhã começa com o sorriso do JF e da Li.

A rotina laboral é apenas cortada por sms's "especiais" de máquinas que não "crasharam" e cumpriram a calendarização.

Os telefonemas da famelga mais próxima aquecem o almoço.

Uma sms sociológica anima o início da tarde e outra sms "mondina" aquece na noite fria.

Antes de fechar o dia, já em inícios de dia seguinte, uma curta conversa a lembrar os dias de solteiro com o padrinho do JF.

E que melhor maneira de acabar o dia deitado ao lado da mulher da minha vida e mãe do meu filho...

O tempo não pára... e já vão 31!!!

OLHOOO DENTINHO MAROOOTOOO

Pois cá estão eles, os dentinhos.

E ainda agora chegaram e já andam a fazer das suas.

São febrezitas, são obstipações nazais, são noites com gemidos pelo meio, são choros mais frequentes, são babas na roupa toda, enfim a loucura...

Mas são também fotos e mais fotos à procura do registo perfeito dos primeiros dentinhos, são sorrisos e mais sorrisos com "2 visitas à janela", são dentadinhas que já começam a deixar marquitas...

Uma longa noite...

O relógio do PC marca 03:48.
Lá fora, a varanda mostra-me uma noite calma.
O silêncio da noite escura, recortada pelas luzes da estrada, é perturbado pelo vaguear cauteloso de um gato.
Na tranquilidade da noite tudo se ouve e até o meu respirar se compara ao roncar de um carro "a abrir" na antiga IP5 que acabou de passar.
Não consigo dormir. Nem a velha técnica de ver televisão e cansar a vista parece resultar.
Cá em casa a rainha faz companhia ao príncipe e dormem um sono profundo.
Eu, mergulhado em pensamentos de preocupação, estou alerta...
Preocupações pessoais, familiares, profissionais, vocacioais, pontuais, ...
Nestas alturas tudo vem à mente...
E antes de qualquer conclusão para cada um dos pontos, uma conclusão geral: proteger o meu castelo.
A partir destas "ameias" tento encontrar uma solução...
Ocasião houve em que a solução para um problema profissional foi encontrada num sonho (a sério que funcionou)!
Toda a minha vida passa em pequenos vídeos, pequenos retalhos...
Qual motor de busca da internet a tentar encontrar palavras chave em cada um desses "documentos" guardados no "disco duro" separado em "duas partições": a mente e o coração.
E tal como numa busca internáutica, surgem documentos importantes no meio de montanhas de informação, que para o caso específico são montanhas de lixo...
Mas por vezes, também, no meio dessas montanhas de lixo aparecem achados...
São esses achados que procuro encontrar nesta noite...
Olho o céu estrelado e procuro uma orientação...
-Olha uma luz!
-Não é nada, é um avião!
Quantas vezes vamos iludidos atrás daquilo que julgamos ser o correcto e... "Já foste!"
Não quero tomar decisões precipitadas, infundadas, irreflectidas, irracionais (o que é racional)...
Quero proteger o meu castelo...

GPS ou Mapa 2

Sim é verdade, isto é o que parece e não tem nada a ver com a campanha eleitoral de nenhum partido em especial. Isto são escrementos de animais (ou o que resta depois de muitos "cavalos" de quatro rodas lhes terem passado por cima).
Numa dessas "excursões" à conta do GPS por estradas por mim nunca antes trilhadas, dou com esta cena...
Pode-se dizer em bom português: "uma cena de merda"...
Mas é uma cena que me faz voar 30 anos para trás...
Até aos 12 (?) as vacas (animal que dá o leite que nós bebemos todos os dias de manhã - sim porque o leite não nasce nas prateleiras do super mercado) foram presença diária (a minha mãe trabalhava numa ordenha).
E o ambiente de aldeia durou até ao casamento.
Ambiente que foi sufrendo metamorfoses, mas...
O cheiro a estrume remexido numa manhã de nevoeiro, e nessa mesma manhã sentir o cheiro da terra acabada de lavrar...
As vezes que eu reclamei por ter de sair da cama e inter-agir com estes elementos e a nostalgia que sinto hoje sempre que encontro uma foto como esta, ou sempre que caem umas gotas de chuva na estrada ressequida do calor... cheiro a terra fresca...
Está a ser um discurso confuso, talvez; mas é um sentimento difícil de expressar, mais complicado de entender, quem sabe, por quem nunca viveu numa aldeia...

São algumas marcas das minhas raizes...

E pelo mundo vou...

E pelo mundo vais...
Vais conhecer outras pessoas, outros bebés.
Vais ter novos hábitos, novos desafios.
Vais aprender a fazer novas coisas, novos truques.
Vais estar mais exposto, menos extra-protegido.
Vais ganhar independência, aprender a estar sem nós.
Vais ficar maior, vais crescer.

Vais começar na creche.

Vais... mas prometemos ir buscar-te todos os dias e trazer-te de volta ao nosso castelo!

É possível ?

Sim é possível!
... se não ficar apenas num filme espetacular
... se o pusermos em prática
... se não tivermos medo
... se tivermos fé
... se de facto estivermos dispostos a isso
... se não estivermos demasiado agarrados ao material
... se acreditarmos que é possível

GPS ou Mapa em papel?

É uma pergunta que já vem desde que… apareceu o GPS!
Antes a pergunta provavelmente seria: Mapa de papel ou astrolábio?
Ouvi uma vez: A diferença entre o GPS e o Mapa de papel é o preço, a gente vai acabar mesmo por perder-se!
Como em tudo há vantagens e desvantagens.
Mapa, eu já tinha. O primeiro GPS veio no telemóvel. O segundo GPS veio com o carro.
A parte irónica nisto tudo é quando chegamos a um cruzamento que não existe no mapa e um GPS manda para a esquerda e o outro manda para a direita… Poderão dizer “quem tem boca vai a Roma”… Pois mas até mesmo esse depende da pessoa a quem perguntarmos, se encontrarmos alguém…
Desde que me encartei, sempre gostei de conduzir pelo mapa sem destino; quando se chegava a algum lado logo se via o que se fazia.
Com as novas tecnologias escolhe-se o destino em casa; o caminho logo se vê por onde o GPS nos manda.
Um conselho de amigo: antes de sair de casa atestar bem o depósito, pois nunca se sabe por onde o aparelho nos manda… Ou melhor, dá para ver o risco do trajecto e os nomes das ruas, mas corremos sempre o risco da rua não ser transitável ou já não existir…
Outro conselho é ir descontraído e com o espírito aberto a novos conhecimentos, pois só assim poderemos desfrutar das magníficas paisagens que nos poderão aparecer pela frente nestes “enganos”…
Portugal é lindo!!

Está quase!!

Já vão 7 meses!
Sentado já se consegue segurar por um bom bocado!
Dentro de uma piscina já deve nadar, pois na banheira as pernadas e braçadas prometem...
Na hora da sopinha e da papinha já quase não precisamos de guarda-chuva!
Deita às 21:30 e vai até às 7:00!
Os dentitos devem estar a bater à porta, a julgar pelas vezes que as mãos trocam com a chupeta!
A cabeça já levanta e sorri para quem o observa, o rabito também já sobe, já só falta ao nosso JF juntar estas duas...
Um dias destes já corre pela casa...

Ainda o Jota!

Depois de tudo arrumado, depois de algumas pesquisas, depois de alguma reflexão, é com satisfação e humildade que uso as palavras de Bento XVI na sua primeira aparição como Papa:

"sou mais um operário da vinha do Senhor"!

Festival Jota

Deixo o filho por 5 minutos e fazem-lhe isto...

Já passaram 48 horas desde que chegámos a casa do Festival Jota, e a digestão ainda se vai fazendo...
De máquina fotográfica na mão, como elemento da equipa de comunicação, tive a oportunidade de percorrer quilómetros e quilómetros por entre: as montagens das actividades, o parque de campismo, os foruns, os workshops, os concertos, os divertimentos, as casas de banho, a cantina, os bares, as tendas temáticas, os estúdios improvisados...

"Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce!"
Deus quis que o Homem o anunciasse, um Homem sonhou e partilhou o sonho, a obra nasceu.

Por todo o lado se via o empenho, por vezes quase sobrehumano, dos voluntários. Eles estavam em todo o lado para ajudar. Imprevistos são normais nestas actividades, mas rápidamente os corajosos voluntários se aprontavam a resolvê-los. A alegria com que se empenhavam contagiava os participantes.

Desde a descoberta ao chegar, à partilha nos foruns, à alegria dos workshops, à saudável loucura dos concertos, ao descanço na praia, por todo o lado se tentou fazer sentir a presença de Cristo.

Como diria alguém: "Ir ao encontro dos jovens onde eles estão, e com eles ir mais longe".

O Jota já foi mas vai deixar marcas em quem por lá passou.

Um grande bem-haja a todos quantos o tornaram possível.

Mais uma vitória

Hoje o nosso pequeno JF conseguiu mais uma vitória:

CONSEGUIU VIRAR-SE DE CU PARA O AR!!!!

Agora só falta conseguir voltar à posição anterior :)

Não matar

O quinto mandamento.
Hoje matei.
Quando: 13-Julho-2009, pelas 19:00
Onde: em casa
Quem: uma amiga
Arma: a palavra (via msn)

Uma palavra errada no timing errado, faz muita merda - dizia um colega meu.
E faz mesmo.
Sinto que o stress acomulado está a fazer estragos.
Agora que já passaram algumas horas, sinto que as últimas pessoas que quero que sofram com este stress são as pessoas que tenho em casa e que agora estão a dormir enquanto eu me martirizo com esta dor de alma.
"Apareceste" e eu queria apenas saber se estavas bem e queria apenas dizer-te que tinha sentido a tua falta.
Um copo de água só começa a entornar a partir do momento em que não cabe nem mais uma simples gota.
Foi o que aconteceu.
Por "sorte" foste tu... Algumas palavras erradas e o copo entornou por completo.
A nossa conversa ficou totalmente virada ao contrário. Perdi totalmente o controlo. Fiquei a "falar" para um terminal desligado.
No passado "matei" alguns amigos com o descontrolo das minhas palavras...
Pensar que poderei voltar a viver aqueles momentos... Não quero voltar a viver isso... Não quero voltar a "matar" com as minhas palavras.

A pior arma que pode haver é a palavra: escrita, falada, gesticulada, em qualquer idioma.

Mas também é com palavras que se assinam tratados de paz...

Sarau

Foi um serão sem igual.
O importante era que nós nos divertíssemos, pois só assim poderíamos passar essa diversão a quem nos ouvia.
No final, não choveram tomates, não nos escorraçaram da terra, não nos assobiaram...
Foi uma experiência muito fixe, muito fixe mesmo. Músicas houve em que um arrepio me trespassou de alto a baixo.
Vocês mereceram as palmas que receberam no final.
Chegaram com medo em Setembro, e aos poucos aquelas vozes indecisas típicas da adolescência foram dando lugar a confiança.
Uma forma diferente de anunciar a palavra.

Parabéns povo!

Uma estrela se apagou

Foi apenas a algumas horas mas a ânsea de vender e de se antecipar aos outros já faz correr muitos megabites net fora.

Ele marcou gerações.

Polémicas à parte (que irão estar sempre presentes), muitas das suas músicas tinham a intenção de algo mais do que apenas vender música.

Aqui estão duas das músicas que me vão ficar na retina.
Não só pela imagem, mas acima de tudo pelo conteúdo da mensagem.
Fixem as letras.

O tempo vai passando

O tempo vai passando... e já foi à mais de um ano que te vi pela primeira vez.

Pouco maior que um feijão, tu já lutavas pela vida.

Nessa almofadinha recolhido, tu confiavas, literalmente de olhos fechados mas de coração aberto, em quem te transportava.

Eras o nosso tesouro, guardado no melhor de todos os cofres.

Desse tamanhinho já tinhas mais força do que um camião.

Nessa inocência já nos fazias suspirar.

Nessa avidez de crescer inconscientemente nos pedias para te alimentarmos.

Já passaram quase seis meses desde que viste a luz do mundo.

O mundo talvez não te tenha ligado nenhuma mas tu gritaste bem alto que estavas vivo e querias lutar para viver.

Ver-te sorrir quando chego a casa,

Ver-te como que a saltitar já a querer brincar,

Ver-te a querer agarrar tudo à tua volta,

Ver o teu olhar a descobrir o mundo,

Ouvir-te a querer começar a "falar",

Ouvir o teu apelo de atenção,

Ouvir o teu respirar durante a noite,

Sentir as tuas mãos agarrar as nossas mãos,

Sentir os teus movimentos na cama,

Sentir a tua alegria,

Sentir a tua angústia quando alguma coisa te perturba,

Sentir a tua dor quando te vacinas,

Tocar no teu corpo frágil,

Vestir o teu corpo nú,

Aconchegar-te contra o peito,

Sons..., gestos..., sentimentos...

Que nos fazem lutar cada dia que passa, para que possas crescer feliz,

para que possas ser um homem neste mundo, que precisa de homens e mulheres verdadeiros.

Queremos mostrar-te o que é o amor, amando-te cada vez mais, para que um dia possas também amar alguém.

O nome do “DA MINHA VARANDA”

Cathy, aqui vai!
Como em todos os blog's (penso eu – cada um saberá do seu), também neste tudo tem uma razão de ser e tudo está inter-ligado.
Desde muito cedo (no início da adolescência) que, em casa dos meus pais, gostava de me sentar no parapeito da janela do meu quarto e apreciar as estrelas no céu.
Com a plena implementação da “parvalheira total” esse hábito foi-se implementando cada vez mais.
Todos os meus grandes trabalhos da escola foram feitos durante a noite.
E foi também sob a luz das estrelas e da lua que escrevi todos os meus poemas.
Foi também às estrelas que confessei os meus amores e desamores.
Com o avançar da idade, e a entrada no mundo laboral, continuou a ser à janela que tomei muitas importantes decisões.
Volta e meia sentava-me mesmo na pontinha do parapeito, fechava o vidro atrás de mim e um pensativo cigarro se juntava à noite em branco (se os meus pais lêem isto...).
As longas conversas com os amigos mais próximos eram à noite.
Sempre gostei da companhia da noite, não a noite de bares e discotecas, mas a noite silenciosa e misteriosa.
Esta será possivelmente a melhor explicação para a cor do blog e para o quadro do início.
Depois casei com a Liliana e viemos viver para este apartamento que tem uma varanda enorme e que desde muito cedo passou a ser um dos meus locais favoritos da casa.
Avistam-se as escolas onde existem muitas árvores de onde soa o cantar da passarada (à porta da cidade e um ambiente tão tipicamente rural). Poder parar e voar para lá das árvores.
Passou a ser o lugar de eleição para os “pensativos cigarros” e mais recentemente o lugar por onde entra a luz que ilumina o dia do JF.
E será mais ou menos esta a razão de ser deste nome. Como diz no topo do blog:
"De onde levanto voo todos os dias"

(P.S.: Cathy, é mesmo uma pena teres eliminado o post dos nomes. Estava muito fixe.)

Estrada fora

O Sol já vai alto.
A temperatura vai subindo.
É manhã cedo e sente-se no ar o sabor a terra fresca.
No meu carro a vibração das vozes dos "Il Divo" confunde-se, por vezes abafando as vibrações do próprio motor. É assim que gosto de ouvir estes senhores.
Vibro com a música e aprecio a paisagem. Em alguns sítios um ligeiro nevoeiro dá outra magia à música.
É um dos momentos do dia de que mais gosto.
Poder-se-ía dizer que é um amanhecer perfeito. Sim é perfeito por um lado, mas até à alguns meses atrás, à hora em que passo neste local, havia uma fila de automóveis e eu estaria a olhar para o relógio pois estava a preparar-me para chegar em cima da hora (hoje estou descansado, pois tenho a estrada quase toda para mim).
Estrada fora nota-se a falta de gente a circular, notam-se os parques das empresas, que antes estavam "à pinha", vazios ou bastante menos compostos.
O pessimismo apodera-se do meu pensamento. Sou interrompido pelo radar da "bófia" estacionado na berma - reparei nele a tempo, mas ía dentro dos limites muito graças ao piso degradado... A estrada descansa agora do excesso de automóveis do passado...
A paisagem calma volta e volto também a envolver-me na música e a apreciar o momento, e a tentar preencher o meu pensamento com coisas e pessoas que me deêm esperança e força para mais um dia e: isto vai mudar e ficar bom para todos.

PENSAMENTO POSITIVO

O que é que os move?

Desde sempre me fascinou a força oculta que move estas pessoas.
Quilómetros e quilómetros, cansaço, desespero, sol, chuva, piadas de quem passa de carro, perigos do trânsito... nada pára estas pessoas.
Muitas histórias ouvi de pessoas que estavam quase a desistir e de repente, vinda não se sabe de onde, uma força se apoderou delas e destaram a correr em frente...
Eram apenas histórias até ao dia em que eu vivi essa experiência. Não sei de onde, eu nem tinha feito nenhuma promessa, mas de quase parado, na cauda do grupo, passei a liderar e a puxar pelos outros...
Caminho interessante, intenso, marcante! Encontra-se de tudo no caminho. Pessoas indiferentes a quem caminha; pessoas que estimulam quem caminha; pessoas que ajudam sem querer nada em troca.
Quilómetros e quilómetros, que esgotam as palavras mas não esgotam os gestos, os olhares, os sentimentos...
Apesar do sofrimento, quem faz este caminho uma vez quer voltar.
Porquê?
Só vivendo se obtém a resposta...

Mãe

Olá!

Obrigado por me teres gerado.

Obrigado por me teres protegido na tua barriguita durante aqueles meses de Inverno.

Obrigado por teres tido cuidado com a tua alimentação.

Desculpa ter-te feito vomitar. Não pude fazer nada para o evitar.

Obrigado por me teres trazido ao mundo.

Obrigado por me alimentares.

Obrigado por acordares sempre que peço para comer.

Obrigado por me embalares quando quero dormir e não consigo.

Obrigado por aturares as minhas birras.

Obrigado por me fazeres sorrir.

Obrigado por...

Obrigado por quereres o melhor para mim... Obrigado por seres minha mãe!!

UM GESTO

E se todos nós fizéssemos isto todos os dias...

E no lugar do pão fosse um pouco do nosso ser?

Talvez este mundo fosse um pouco melhor?

LAUSPERENE

Uma forma diferente de dar início ao tríduo pascal.

Depois da celebração de Quinta-feira santa, a oração continuou por mais duas horas até à meia-noite.

Uma forma diferente de se rezar, uma forma diferente de se olhar para certos gestos do nosso dia-a-dia com outro olhar...

Este Cristo que nos ama exerceu o maior acto de amor... deu a vida por nós.

Foi um momento para reflectir em mim... no meu ser... no meu coração... na minha relação com este Cristo que deu a vida por mim...

Porque só depois eu posso colocar essa reflexão ao serviço da minha casa, da minha família, dos meus amigos, dos meus vizinhos... do meu próximo...

Não é fácil mas é possível.

Alô Catarina!

Não sei se me estás a ouvir. Eu não entendi bem a tua pergunta mas se me perguntaste quantos e quem eram os padres que durante a celebração taparam a cabeça com a estola por causa do sol, só te sei dizer que eram 3.

Mas não é esse assunto que me traz aqui hoje. Ou melhor também está relacionado.

Pois eu no Domingo estava muito bem a compor o meu chapéu quando vi um autocarro que dizia Dia Mundial da Juventude. Tu sabes bem que apesar do meu ar de quarentão charmoso eu me sinto um jovem de 20 anos por dentro e disse para comigo: "Isto é para mim!!"

Vim ter a terras de Sever do Vouga, de onde, em certos pontos e com tempo bom, se consegue ver o rio Vouga desaguar no mar. Mas o autocarro também não trazia os jovens para ver isso, nem para provar a lampreia e a vitela (diziam que não estava previsto).

Depois de ouvir algumas entrevistas feitas por outros jovens que andavam de câmara e micro em punho (por momentos pensei que fossem da concorrência, mas afinal eram da organização), fiquei a saber que estes 1000 jovens estavam aqui por causa de um outro jovem polaco que criou este Dia Mundial da Juventude há 24 anos.

O mais curioso é que esse jovem polaco o fez para aproximar mais os jovens de um outro jovem que nasceu há mais ou menos 2008 anos. Dada a distância não sabem precisar muito bem.

Curioso como sou perguntei-lhes se eles não achavam que com 2008 anos esse jovem já não estaria velho e fora de moda? Oh Catarina eles quase me bateram, ou melhor, me deixaram surdo quando para mostrar o quanto admiravam tal personagem se puseram a cantar... Energia não lhes faltava e via-se que cantavam com alma...

Vou também eu tentar conhecer um pouco mais desse jovem e aconselho-te a fazer o mesmo - parece que vale mesmo a pena...

Para já vou tentar é chegar a casa. Deram-me este mapa com umas indicações mas já percorri todos os caminhos marcados e volto sempre aqui... Não sei se vou chegar a tempo para jantar com a Maria!

Passo a emissão para o estúdio!

Faz hoje 4 anos!

Era Sábado.

Estaríamos entre as 20 e as 21h, como era normal estarmos todas as semanas.

Mas este sábado era diferente. A debilidade do Pápa tinha-se acentuado. Fazíamos um encontro de oração por ele.

Os telemóveis, que sempre eram ignorados nos encontros, começaram a vibrar... Um após o outro... A notícia chegava pelos nossos pais.

"João Paulo II partiu para o Pai"

O silêncio foi ensurdecedor.

Os sentimentos foram confusos: já esperavamos a notícia mas não a queríamos ouvir.

Andávamos a prepararmo-nos para ir a Colónia vê-lo nas Jornadas Mundiais da Juventude e agora ele não iria lá estar (fisicamente)...

Já tínhamos trabalhado tanto e tínhamos ainda tanto a fazer...

Pensámos desistir, mas resolvemos o que tantos jovens resolveram fazer: Adorar Cristo!

Afinal era mesmo isso que ele pedia sempre que se dirigia aos jovens.

Na retina ficará sempre a imagem de um avô que gosta de estar no meio dos netos...

Na retina ficará sempre a imagem de um Homem que espalhou a Paz...

Na retina ficará sempre a imagem de um Homem que se esforçou por unir os homens...

Na retina ficará sempre a imagem de um Homem que abriu o diálogo às outras religiões...

No coração ficará sempre Karol Jósef Wojtyla, o homem que se tornou Papa João Paulo II e levou Cristo ao Mundo...

CORAGEM, DESESPERO ou COBARDIA?

Mais um fim-de-semana do Itinerário Espiritual Jovem.

Por entre equipas, directamente implicadas na proclamação da Palavra; malta nova, que busca algo mais do que um fim-de-semana fora de casa; pessoal de apoio “invisível”, que no anonimato perante os novos dão o seu contributo; equipa do encerramento; e pessoas que não podendo ajudar fisicamente dão o seu apoio espiritual; estiveram envolvidas certamente centenas de jovens e menos jovens.
Este IEJ marcou-me especialmente durante a visita ao CF, na Casa da Sagrada Família, em Mira.
Numa das paredes, de um dos corredores, estava um painel. Um painel que eu já vira tantas vezes em tantos lugares e para o qual sempre olhei com algum respeito tomando uma posição de certa forma não muito forte, mas já na dúvida entre “coragem ou desespero”… Era um daqueles painéis que retratam as várias formas de abortar.
Fiquei mal disposto ao vê-lo. Já tantas vezes tinha visto este e outros similares e nunca me tinham deixado tão maldisposto como desta vez…
A minha realidade agora é outra, sem dúvida bem diferente. Começo a ver tudo de forma diferente à minha volta ao viver este novo estado de espírito de ser pai.
Ao imaginar o ser cheio de vida que tenho nos braços, espera a nossa protecção indefeso, que chora incapaz de dizer onde dói, que sorri porque não consegue dizer a palavra desculpa…
Comovo-me e…
Costumo usar muitas vezes a expressão: “nunca digas nunca” ou “desta água não beberei”… Mas é-me muito difícil olhar aquelas imagens, ver aqueles retratos, e imaginar na cara do ser a face do meu filho sem ficar com uma bruta má disposição…
Há casos de más formações que os avanços da ciência permitem detectar; há casos de falta de controlo dos nossos comportamentos; há casos de alto desrespeito pela pessoa humana.

Fico na dúvida se este acto será um acto de Coragem, Desespero ou Cobardia.

Ainda estou a digerir esta má disposição…

Façam uma busca de imagens sobre o tema e digam alguma coisa… se conseguirem…

(Nota: Não estou a julgar as opções de ninguém. Estamos num país, cujas leis nos dão estas possibilidades. Esta é apenas a minha opinião na minha circunstância actual. Na altura oportuna voltarei a este tema.)

Este mundo perfeito... ou não

E de repente o mundo é perfeito…
A crise faz parte do passado.
Os partidos políticos fundiram-se.
As empresas reabriram e não só readmitiram os seus antigos empregados como também reforçaram os seus quadros.
Os professores e a ministra vão a festas de aniversário uns dos outros.
O desemprego chegou à taxa 0%.
Os nossos filhos têm o futuro garantido.
Podemos reformar-nos aos 50 anos e viajar pelo mundo, gozando em pleno os outros 50% da nossa esperança média de vida.
O planeta respira de alívio pois todos os países do mundo implementaram reformas brutais de protecção ambiental.
Todos temos um “Magalhães” sem erros ortográficos.
Todas as religiões chegaram à conclusão de que afinal existe apenas um Deus… que é adorado de formas diferentes…
Enfim… O mundo respira harmonia plena…

Oh pá! Esqueçam afinal está tudo na mesma L!
O que aconteceu foi um erro num jogo de futebol e de repente parecia que todos os outros problemas tinham desaparecido…

E com tanto alvoroço até esta nota vai ficar ofuscada… Hoje é dia da Anunciação a Nª Srª…
Lembro-me quando fizemos o teste de gravidez e descobrimos que daí a nove meses iria nascer alguém – ficámos radiantes!
Alegremo-nos pois daqui a nove meses nascerá o Salvador…

Bom dia Pai!

O que é que se pode dizer depois de ligar o PC e ter no ambiente de trabalho esta imagem...?

Prometo fazer tudo o que estiver ao meu alcance por te defender, te proteger e te amar...

Que mais posso prometer a este ser que nasceu do amor de nós dois e que a meio de uma choradela me presenteia com um sorriso de orelha a orelha, como que a dizer:

- Desculpa mas eu ainda não sei falar...

Eu sou bom...

... Porque "rego a minha rosa"

Porque "cativo a minha raposa"

Porque mudo as fraldas ao João

Porque toco viola

Porque acordo à noite e... mimo o João

Porque cuido de todos

Porque lavo a loiça

Porque adormeço o João!

Só tenho que ter um pouco mais de paciência para perceber o João!

(Nota: foi a Liliana quem escreveu esta obra de arte)

Gargalhada no trânsito

Hoje voltou a acontecer-me e fez-me bem, ía em cima da hora e ajudou-me a aliviar o stress.
Deu logo outra cor à estrada e ao meu pensamento...
Se hoje me aconteceu "em andamento", noutra vez aconteceu-me parado.
Estava parado num semáforo. Enquanto olhava o carro do outro lado da estrada, também parado e observava os outros que tinham luz verde para avançar, ía ouvindo a rádio. Do aparelho estereofónico soa uma anedota... Enquanto solto uma gargalhada reparo que o condutor de um carro que passava também sorriu; de dentro do carro parado à minha frente também saiu um sorriso de orelha a orelha; e a minha gargalhada com a do meu opostamente parado mais se acentuaram quando o nosso sinal abriu e reparámos que perante o nosso rosto só poderíamos estar a ouvir a mesma rádio, a mesma anedota...

É tão bom poder soltar uma boa gargalhada antes de iniciar o dia de trabalho... e se for nas condições descritas atrás mais piada tem...

Que se lixem as rugas, rir sabe bem e faz bem à moral!

Soltar a corrente 27022009

20:50 - Chegada ao estúdio
20:55 - Microfones testados, músicas a postos, promocional pronto a entrar
21:00 - Sinal horário, separadores e publicidade
21:02 - Estamos no ar

Não podia deixar de comentar o programa de hoje.
Até nem correu mal.
A entrevista no estúdio foi flúida.
O João cada dia mais descontraído conduziu com o seu génio sem igual.
A Catarina a mais "pró" do grupo, com a boa disposição de quem sai de uma semana cheia e entra num desafogado fim-de-semana.
O Álvaro sempre alegre e irreverente, está cada vez mais à vontade.
Eu até nem deixei o botões desligarem-se e os telefonemas entraram bem.
E por último (porque é aqui que quero chegar) a Sónia com a sua voz doce conduziu-nos a uma realidade perturbadora: sem abrigo ou mais em concreto uma das acções que acontece em Aveiro "Ceia com calor".

Pegando na onda da reflexão do João, quantas vezes passamos indiferentes a esta realidade?
Ver na TV, falar no assunto com frases feitas, é fácil... Mas ver à nossa frente acontecer. Ver um monte de cartão na entrada de um prédio...
"Vai trabalhar!" ou "Estou com pressa, agora não posso!" ou ainda "Para vinho e tabaco tens dinheiro!!" São apenas algumas das expressões (mais simpáticas) que podemos ouvir, ou até dizer...
Quantas vezes eu já me interroguei sobre o que levou aquelas pessoas a chegarem áquele ponto?
Quantas vezes eu já dei alguma coisa com vontade verdadeira e não apenas com vontade de despachar?
Quantas vezes eu já pensei que podia ser eu no lugar dele?
Como em tudo na vida há sempre alguém que se aproveita desta "doença" e se finja "doente", mas também há quem procure a "cura" porque de facto está "doente".
É mais fácil eu fingir que não estão lá...
É mais fácil eu deixar para amanhã...
É mais fácil eu não falar no assunto...
A sociedade ensinou-nos a criar anti-corpos perante estas situações.
E funcionam até ao dia em que os papeis se inverterem...

O Carnaval

Simplesmente não gosto!
Perdoem-me os foliões esta entrada tão directa, mas nestes 30 anos de existência não me lembro de um dia em que tenha gostado do carnaval (nem na escola).

Colocando de lado as várias teorias que se podem encontrar para a origem desta festa, e todos aqueles discursos bonitos sobre crianças mascaradas e soltar a criança dentro de nós, para mim é apenas o dia em que as pessoas "tiram" a máscara e mostram o que de facto são...
Se calhar vai da minha maneira de ser contido no que diz respeito a emoções e expressão de sentimentos... Tento ser no meu dia-a-dia em todo o lado aquilo que de facto sou. Acho que para nos divertirmos (mais ou menos efosivamente - vai de cada um) não tem que haver um dia - corre-se o risco de ser concentrado demais e depois cometem-se excessos.

Pronto há uma coisa que até gosto no carnaval: as obras de arte. Não estou a falar nos corpos semi ou integralmente nús (estes podem-se encontrar todos os dias na tv ou á distância de uns clicks), falo de alguns carros alegóricos que são autênticas obras de arte.

Em todo o caso desejo que quem gosta o festeje mas com conta peso e medida.

Nascidos antes de 1986

Hoje fiz uma "limpeza" à minha caixa de e-mail.
Encontrei este texto que me enviaram em 2oo7 (sabe-se lá quanto tempo andaria já a circular na net, ou se ainda andará). Na altura sorri, claro. Identificava-me perfeitamente até porque vi um número suficiente de vacas serem ordenhadas para saber que o leite não nasce dos pacotes do hipermercado.
Leiam, e sorriam, ou surpreendam-se... Depende do ano em que nasceram.

<< Dá que pensar. De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípio de 80 não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
Não tínhamos frascos de medicamento com tampas "à prova de crianças" ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.
Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar à frente era um bónus.
Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado, aprendíamos.
Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos Play Station, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet. Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos à rua.
Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía! Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.
Batíamos às portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos.
Acreditem ou não, íamos a pé para a escola; não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas.
Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem, eles estavam do lado da lei. Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas. Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
És um deles? Parabéns! Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, "para nosso bem".
Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós. Isto meus amigos é surpreendentemente medonho ... e talvez ponha um sorriso nos vossos lábios: A maioria dos estudantes que estão nas universidades hoje nasceram em 1986... chamam-se jovens. Nunca ouviram "We Are The World" e "UptownGirl", conhecem de Westlife e não de Billy Joel. Nunca ouviram falar de Rick Astley, Bananarama ou Belinda Carlisle. Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname. A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco. Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia deus da dança. Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado. Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão a preto e branco.
Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:
1.. Entendes o que está escrito acima e sorris,
2.. Precisas de dormir mais depois de uma noitada.
3.. Os teus amigos estão casados ou a casar,
4.. Surpreende-te ver crianças tão à vontade com computadores,
5.. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis,
6.. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez),
7.. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos,
8.. Vais encaminhar este e mail para outros amigos porque achas que vão gostar. >>

Estaremos a ficar mesmo velhos, ou a Terra está a girar depressa demais?

Coelhos e Notas

"Imaginem dois coelhos numa cova, de certeza que vão sair coelhinhos, mas se puserem duas notas de cem euros, imaginam que vão sair notas de vinte?" (Francisco Louçã)

Desde já avanço que não quero entrar em politiquices. Esta expressão pode levar muitos rumos, uns mais humorísticos que outros, a mim leva-me à "crise" que estamos a viver.
Não só à crise económica, mas à crise de valores que talvez nos tenha levado a uma crise mais profunda.
Quem sabe se toda esta conjuntura não terá sido a evolução primária de uma crise de valores.
Se calhar há males que vêm por bem. Se calhar...
Quantas vezes andamos a 100 à hora, afogados em tarefas, e não tiramos 10 minutos para olhar a natureza?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, perdidos em agendas, e não tiramos 10 minutos para um cafesinho com um amigo?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, confusos com os ponteiros do relógio, e não tentamos chegar 10 minutos mais cedo a casa e ligar aos nossos pais?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, na confusão do trânsito, e não tentamos chegar 10 minutos mais cedo a casa e dar o beijo de boa noite aos nossos filhos?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, ocupados com coisas menos importantes, e não tiramos 10 minutos para entrar numa igreja?
Quantas vezes andamos a 100 à hora, ocupados com agendas que não existem, e não tiramos 10 minutos para estarmos connosco?
Se calhar, no meio da confusão, quando tirarmos 1 minuto para tudo isto, talvez...
talvez já não haja natureza, fruto do crescimento desenfriado
talvez já o amigo não nos conheça, fruto do nosso afastamento
talvez os nossos pais já não consigam dar-nos aquele conselho tão importante
talvez os nossos filhos já tenham saido de casa e nós não vimos os seus sorrisos enquanto brincavam
talvez a igreja que sonhámos fazer crescer já não exista
talvez eu já não me reconheça ao espelho

Por que agendas terá andado a humanidade nos últimos anos? Até quando andará ela ocupada a contar tostões enquanto consome os recursos desenfreadamente sem olhar para trás.
Talvez quando parar 10 minutos para isso, já não haja humanidade, mas um conjunto de máquinas que respiram...

Uma visão infantil, ingénua, primitiva? Talvez...

3, 2, 1,...

Faz hoje uma semana que passámos, efectivamente, a dormir cá em casa 3 pessoas.

O rapaz está grande, cheio de vida, e como se pode ver com a voz muito bem afinada...

A primeira noite não foi nada má, foi como um relógio: acordava na hora para mamar e voltava a dormir!

Impressionar, impressionou, e deixou-nos desconfiados, mas...

Já da noite seguinte são bom exemplo as fotos em cima tiradas madrugada fora.

Palpita-me que o relógio da primeira noite terá avariado...

Tudo é novidade:

a primeira muda de fralda normal

a primeira muda de fralda com direito a banho (mijadela - em bom português)

a primeira muda de fralda com direito a vários banhos

a primeira conjuntivite

o primeiro banho normal

o primeiro banho com direito a brinde

o primeiro arroto

a primeira flatulência (em bom português - peido)

enfim...

Agora um pouco de humor: porque é que a sociedade me discrimina quando eu faço algumas destas coisas, nomeadamente a 7ª e a 8ª, e não discrimina quando é um bebé a fazê-lo...

E não é tão linda a primeira foto... um olhar que nos derrete... quanto às seguintes... ossos do ofício!

UM NOVO MUNDO

O João Francisco ali estava.
Um rapagão de 3,420kg. Lindo, luminoso. Aquele som (que tenho a certeza que me irritará algumas vezes quando o ouvir mais tarde), naquele momento foi a mais bela sinfonia que podia ouvir.
A mamã, ainda atarantada com a anestesia e com o cansaço, contemplava-o radiosa.
Tê-lo nos braços a dormir... Ouvir a sua respiração... Ver os gestos instintivos… Sentir as suas frágeis mãos apertarem-me os dedos…
Ao ver esta foto fico sem grandes palavras…
Lutar por ele é o mínimo a que me proponho.
Um mundo novo acordou neste mundo.
O nosso filho nasceu!

MOMENTOS

A contagem decrescente continuava.
Os dias iam passando uns atrás dos outros.
O nervosismo que se ia acumulando, era diluído no trabalho e nas tarefas domésticas.
A véspera chega. Um dia de temperaturas muito baixas. Um nervosinho miudinho acentua-se ao chegar a casa: “Deve ser amanhã…”
A noite foi descansada, de contracções falando. O rapaz certamente iria necessitar de uma ajudinha extra para nascer.
Nasce o dia. Um misto de calma salpicada por pitadas de ansiedade disfarçada, ou ansiedade salpicada por pitadas de calma disfarçada, invade o espírito enquanto vou saímos de casa e nos aproximamos da porta grande da entrada do bloco de partos.
A Liliana entrou. No lado de fora da porta, dou início à loonga espera.
Alguns minutos e “-É para hoje! Vai buscar a roupa dela!”
A caminho do carro por algumas vezes o meu pensamento começa a divagar interrompido algumas vezes por: “-Onde raio é que deixei o carro?”
De volta à porta do Bloco, tenho a companhia de outros “cavaleiros” que aguardam a saída das suas “donzelas” acompanhadas pelos seus “reais rebentos”.
O tempo vai passando. A conversa com um papá amigo à espera do terceiro, ajuda a acalmar e a levar o pensamento para outras paragens. Mas parece que o terceiro deste papá não vai ser para hoje.
Fico só. Começo a vaguear. É um pouco difícil descrever estes momentos.
É um vazio cheio.
Um vazio, porque está à espera de ver passar por aquela porta alguém que encha o espaço de luz.
Um vazio, porque a inexperiência não tem respostas para os problemas que ainda não vieram.
Um vazio, que fica mais vazio quando passa uma cama e… ainda não é desta.
Um vazio, talvez estrategicamente esvaziado para controlar as emoções e as reacções.
Recordo-me dos livros de BD do Tio Patinhas, nas passagens em que ele andava a pensar sempre em círculos e começava a fazer no chão um buraco. Quantos buracos já não deverão ter sido feitos naqueles corredores…
Uma enfermeira vem e vou com ela levar as malas até ao quarto onde os meus mais que tudo irão ficar.
De volta ao meu posto de guarda a médica passa e diz que vai ser agora.
Largos minutos e a enfermeira volta. “-Já nasceu. Já está vestidinho e agora estão a tratar da sua esposa.”As portas abrem-se de par em par. Como que um mar de luz sai por elas e ilumina-me o espírito. O vazio fica cheio, a transbordar. A minha donzela e o real rebento.