O meu primeiro auto-retrato

Depois de 12 anos a trabalhar como desenhador e outros tantos a aumentar o meu gosto pela fotografia, hoje apareci numa foto (coisa muito rara e por vezes um problema até) e fiz o meu primeiro "auto-retrato".

2010 09 21 - Momentos... (a história)

Eram 07:45.
Saí de casa e hoje optei por usar a A25 (enquanto ainda é livre de portagens).
Ao passar ao lado da Zona Industrial vi o Sol meio escondido nas nuvens com os seus raios a sair por entre as zonas livres.
Olhei para o relógio - "Ainda tenho tempo. Vou atrás do Sol!"
Saí no Estádio e... -"Onde é que paro agora?... Olha uma paragem de autocarro! É já aqui, só uns segundos..."
Paro o carro, procuro o Sol e... já não tinha o Sol atrás das nuvens, mas em contrapartida tinha o Sol "a iluminar" o candeeiro...
Esta é daquelas fotos que num dia normal de trabalho, "não se fazem", saboreiam-se...

Desafio, coragem, partilha, compromisso...

Nos dias que correm é cada vez mais um gesto raro...
Nos dias que correm é cada vez mais um negócio...
Nos dias que correm é cada vez mais leviano...
Nos dias que correm é cada vez mais "prá fotografia"...
Nos dias que correm, quando levado a sério, casar pela igreja é cada vez mais um gesto de amor, de coragem, de entrega, de abertura de coração...
É este dar as mãos e fazer caminho juntos, unindo esforços para enfrentar as dificuldades, celebrando os momentos bons lado a lado, aceitando as dádivas de Deus.

Vocês merecem!
F e J, sejam muito felizes!!

Na lama

Se nos últimos dias da semana passada, a "Terra", o "Ar", o "Fogo" e a "Água", iluminaram o meu caminho, hoje o ar apagou o fogo, a água caíu na terra e deu lama.
São os altos e baixos do dia-a-dia...

Pedrada no mar da tranquilidade

Não quero ferir as pessoas com quem já trabalhei antes na paróquia que me acolhe hoje, não quero anular a minha participação noutras actividades por terras de Esgueira, mas neste acampamento de nome TAFA, na eucaristia de encerramento no meio do pó e de pessoas que passavam para a praia...

EU SENTI COMUNIDADE
EU SENTI-ME COMUNIDADE
EU FIZ PARTE DA COMUNIDADE
EU VI COMUNIDADE

Emocionei-me por não me ter dado mais…
Emocionei-me por já não ter um coração como aqueles miúdos…
Emocionei-me por não ter a minha família naquele momento…
Emocionei-me ao pensar neles o tempo todo…

Um grande bem-haja a todos…

O caminho faz-se... caminhando

Aos poucos as decisões tomadas vão sendo tornadas públicas.
Hoje, uma das mais difíceis...
O cordão umbilical, à paróquia que me viu crescer como cristão, foi definitivamente cortado...
Se por um lado a tristeza da separação, por outro a alegria de ver jovens, que ajudei a crescer, darem continuidade ao projecto começado à aproximadamente 8 anos.
O Grupo Coral Juvenil começou como brincadeira para estimular o grupo de então.
As Jornadas Mundiais da Juventude de 2005 serviram de mutivação maior para manter o grupo unido.
Aos poucos, a alegria de cantar foi sendo o motivo maior da união.
Uns sairam, outros entraram... com mais ou menos elementos, com mais ou menos motivação, o grupo foi ganhando força nos "altos" para vencer os "baixos", no jogo constante de altos e baixos do caminho.
Olho para a frente e pelo espelho retrovisor vejo um Márcio que cresceu com a ajuda desta malta, vejo as arranhadelas na guitarra que podem contar tantas histórias, vejo os desabafos durante as pausas dos ensaios, vejo as gargalhadas das piadas secas quando ninguém as espera, vejo os momentos difíceis quando tínhamos eucaristia às 8:30 da manhã e outra às 9:30 a 3 quilómetros de distância... era a loucura...
Grato pelos momentos que me fizeram passar, perdoem-me as calinadas e alguma situação mais descontrolada.

A malta vê-se no caminho...

DA MINHA VARANDA... 365

"Uma imagem vale mil palavras"

Inauguro hoje um novo espaço.

Um espaço para falar com imagens.

Muito tempo na forja, ganha hoje vida:
O meu projecto 365.

Um detalhe, porque por vezes é aí que está a diferença
Uma memória, porque a nossa memória é feita de memórias
Uma banalidade, porque andamos tão distraídos à procura de coisas grandes
Uma inspiração, porque às vezes é preciso um empurrãozinho
Uma flashada daquelas, porque às vezes passamos no sítio certo à hora certa
Um transpirar, porque também é preciso trabalho
Uma... foto por dia.

http://da-minha-varanda-365.blogspot.com/

Espero que gostem e que me perdoem os dias menos inspirados...

Rotina matinal em 4 tempos

De volta à rotina... em 4 tempos!

Se o povo diz que tudo se faz em "três tempos", a minha manhã, depois da sair e deixar o JF na creche, começa em "quatro tempos".

1º tempo: Antena 3 recorda "Serginho na Farmville" do dia anterior, com o seu humor irresistível

2º tempo: Antena 1, "Pano para mangas" de João Gobern, reflecte a actualidade

3º tempo: Antena 1 com o "Portugalex" do dia anterior. De volta o bom humor para começar a manhã

4º tempo: Rádio Renascença, com a oração da manhã. Uma forma diferente de reflectir o dia-a-dia

São quatro tempos vividos muito rápidamente (em cerca de 10 minutos), mas que ajudam a chegar com outro alento ao trabalho...

Por vezes há um quinto momento... na volta para casa: o Terço na RR às 18:30.

É a loucura... saudável, pois claro!

Vai uma voltinha?

Depois de uma semana dedicada a arrumações e reparações, tá de aproveitar os últimos raios de sol das férias.
Se no primeiro minuto o mais difícil foi o JF colocar o capacete, agora, sempre que vamos à cave do prédio, o primeiro ponto de paragem é nos arrumos onde está a bicicleta.
Quando alguns ainda dormem, outros já andam a conhecer os recantos da cidade.
Do alto do selim da bicicleta as ruas ganham outra vida, o tempo corre de maneira diferente, a cidade parece outra.
No final do pequeno passeio, o mais complicado mesmo é convencer o pequeno JF de que "Logo vamos outra vez, tá?". Se o tempo ajudar e as pernas quiserem, vamos mesmo!!

Recordando Koln 2005 dia 23

De volta ao nosso cantinho lusitano.

Por terras franco germânicas as notícias íam chegando: "Portugal está a arder"!

Poucos quilometros depois de passar a fronteira, a atmosfera muda e a cor laranja e o cheiro a queimado são predominantes.

Se muitos estão ansiosos por reencontrar a verdadeira família, outros há que deixaram problemas pendentes que terão de ser resolvidos agora.

No final, ficou a experiência de uma Jornada Mundial da Juventude. Ficou o concretizar do sonho de um grupo. Ficou a troca de experiências com outras comunidades. Ficaram o nascer ou avivar de amizades. Ficou um encontro com Ele que não olha a idioma, cor, peso ou altura...

Recordando Koln 2005 dia 22

O regresso.

De Dusseldorf a Loyola.

Se no caminho para lá a alegria e a excitação eram expressas em saltos, cânticos, danças, agora vê-se no rosto de cada um, uma alegria diferente, uma excitação diferente, desta feita não expressados em saltos, cânticos e danças, mas em profundos sorrisos, sentidos abraços...

Recordando Koln 2005 dias 20 e 21

O grande dia!

O dia da grande movimentação. Diziam as autoridades que estariam cerca de 1 milhão de pessoas em Marienfeld.

O dia em que as fintas colectivas foram postas à prova. Estações cheias, comboios apinhados de gente, gente, gente e mais gente...

Depois de muito andar, foi chegar, encontrar um lugar vago e acampar... mas sem tenda...

O dia começa a escurecer quando Bento XVI chega. Durante a noite foi aconchegar-mo-nos como podíamos. Dormitar. A noite fria e húmida não impedia que muitos dormissem, mas fazia com que outros andassem pelo campo. Vi muitos de terço na mão enquanto divagava por entre os "caminhos" e os sacos-cama.

O dia amanheceu com um denso nevoeiro.

Depois da missa, e apesar da organização ter preparado animação para a malta, a debandada foi geral e massiva bloqueando por completo a estação local.

Tivemos que andar mais 30km (contabilizaram-nos depois as famílias).

Foi chegar a casa, tomar um duche, nós, Márcio, André, Dora e Salomé, como nos mantínhamos em contacto com a nossa família, tínhamos uma sopa quente à espera.

Saímos de Dusseldorf com +/- 6 horas de atraso...

Dois dias carregados de sentimentos contraditórios... Cansado, mas cheio de energia, com lágrimas mas alegre...

O que é que move tanta gente a estar naquele local naquelas condições, fazer quilómetros e quilómetros de autocarro, andar que nem sardinhas enlatadas, fazer bolhas, ...

Recordando Koln 2005 dia 19

Para além da rotina matinal da oração da manhã e do pequeno almoço, hoje conhecemos melhor a igreja da paróquia que nos acolhia.

Originalmente um bunquer camuflado de igreja da Guerra Mundial, foi recoperada e transformada em igreja real. No seu interior consegue-se ter a noção das grossas paredes que foram cortadas para criar o imponente corpo do templo. Na sua cave foram deixadas as marcas da sua função original de protecção contra os ataques dos aliados.

Impressionante.

(Ver nos Mapas: Heerdter Landstraße 270, Düsseldorf, Deutschland )

(Pesquisar por: Bunkerkirche Sankt Sakrament)

Recordando Koln 2005 dia 18

Bento XVI chegava a Colónia.

Com os transportes completamente lotados, o nosso grupinho optou por ficar em Dusseldorf, acompanhar a chegada do santo Papa pelos monitores gigantes espalhados pela cidade, e conhecer um pouco melhor o espaço que nos acolhia.

Foi emocionante subir à torre e ver o serpentear do rio a nossos pés. Se o céu estivesse mais limpo teríamos conseguido ver a catedral de Colónia.

Recordando Koln 2005 dia 17

Foi dia de visitar a catedral de Colónia...

O dia em que as "fintas colectivas" ganharam expressão. Se andar sozinho tem a vantagem de podermos esgueirar-mo-nos por entre a multidão sem olhar para trás, um grande grupo poderá ter a vantagem de alguns criarem um corredor para os outros passarem.

Dia marcado também pela notícia do assassinato do Irmão Roger da Comunidade de Taizé.

Por todo o lado se viam cartazes a anunciar pontos de oração pela sua alma...

Recordando Koln 2005 dia 16

Depois da noite anterior cheia de surpresas, ficar numa família onde uma pessoa até fala português, foi com enorme surpresa que no final do pequeno-almoço, nos disseram: "Têm aqui a chave da casa. Não a percam!"
Sem nos conhecerem de lado nenhum deram-nos a chave de casa.
Foi também neste dia a abertura oficial das jornadas.
As primeiras confusões no metro, as primeiras necessidades de algo para contornar as multidões...
Ao final de algumas horas, o nosso grupinho conseguiu entrar no LTU Arena e participar na abertura. Fantástico ambiente.

Recordando Koln 2005 dia 15

Depois de alguns dias intensos com as famílias, era o dia da partida.
Se a casa dos "meus pais" era a dois minutos do ponto de chegada, para chegarmos ao ponto de partida tivemos que sair bem cedo de casa.
A despedida foi um pouco difícil.
Pela frente cerca de 350km de autocarro.
O manjar dos deuses que a organização da XX JMJ tinha para nós compensou...
Se à partida de Aveiro a malta já sabia que na Alemanha estaríamos em escolas e pavilhões, foi com algum alívio para uns e alguma desilusão para outros, que foi correndo a notícia que havería famílias para nos receber.

Recordando Koln 2005 dia 14

Último dia em Metz.
Visita a Zweibrücken. Quem não se lembra da loucura saudável do Pe. Gerard.
De volta a casa para passar a última noite, esperava-me o último jantar... E que loucura de jantar. Depois dos cartões da minha máquina completamente esvaziados para cd's (cortesia do meu "pai"), umas deliciosas pizzas aguardavam e fumegar na mesa.
Foi a melhor noite... Por entre um francês inglesado ou um inglês afrancesado, ambos devidamente gesticulados, as gargalhadas eram uma constante. O pico da noite deu-se quando esta já ía moderadamente regada e o Yannick decidiu tentar ler em português o pequeno dicionário de conversação rápida (que a minha namorada - hoje esposa - dadas as minhas dificuldades no francês carinhosamente me dispensou). Foi de partir o côco a rir.
E qual melhor sossega do que uma "Mirabelle" antes de deitar... foi de estalar!!!
Posteriormente, e em resposta a uma caixa de ovos moles que lhes enviei, eles enviaram-me uma garrafinha desta maravilhosa aguardente.

Recordando Koln 2005 dia 13

Dia dedicado à cultura local.
As famílias organizaram-se em grupos e cada um visitou as atrações da zona onde estava.
Esta zona faz fronteira com a Alemnha e como tal, as marcas das guerras mundiais são visíveis, desde os postos fronteiriços (agora desactivados), passando pelos bunqueres, até às muralhas de defesa dos ataques inimigos e a "Ligne Maginot". A região onde estava a Liliana era pais povoada deste tipo de estruturas.
Eu, e o grupo onde estava, andámos a ver outro tipo de "atracções". A famosa cerâmica de Sarreguemines.

Recordando Koln 2005 dia 12

Neste dia, houve piquenique com a malta toda junta.
Foi a emoção de partilhar as experiências da primeira noite com a nova família.
Estes foram os meus pais. Um jovem casal, Cathy e Yannick, apenas 4 anos mais velhos do que eu. Tinham um filho, Adam (hoje também já têm um Valentin).
Na primeira noite, enquanto ela preparava uma pizza, ele chegou com duas cervejas bem geladinhas. Resultado final, foi durante o piquenique ir ficando sem voz...
O contacto com eles vai-se mantendo e estiveram no meu casamento.
Ultimamente tenho andado um pouco atrasado nas comunicações.
Nestas férias volta à normalidade, prometo.

Recordando Koln 2005 dia 11

Finalmente chagámos à diocese de Metz, mais concretamente à paróquia de Neufgrange.
Aqui fomos divididos por famílias e cada um, sozinho ou em grupo, conforme cada família se disponibilizou a acolher, seguiu para a "sua" nova casa.
Fomos notícia de jornal.
Ao olhar pela janela antes de deitar, olhava as luzes das casas do outro lado do vale, tentando saber se naquelas janelas estaria alguém conhecido com o mesmo pensamento. Na manhã seguinte, "o meu pai" com a lista de participantes na mão, foi-me dizendo onde estava o resto do meu grupo: 5km, 10km, 30km... Pertinho, portanto.

Recordando Koln 2005 dia 10

A caminho das pré jornadas, na Diocese de Metz, passámos por Limoges.
Um acolhimento caloroso, uma refeição quente, um banho e o descanso de uma noite dormida "na horizontal".
Foi neste seminário que conhecemos o famoso "hit": "Chantez, priez, celebrez le seigneur". Foi de imediato traduzido: Cantai, rezai, celebrai o Senhor.

Recordando Koln 2005 dia 9

Foi a 9 de Agosto de 2005.
Depois de 2 anos de trabalho, por entre bolinhos no fim da missa, animação de casamentos e organização de jantares temáticos, o sonho de um grupo de jovens, ESCRINA, torna-se realidade.
Graças ao empenho de cada um, à ajuda especial das mamãs e da paróquia em geral, foi possível participar nas XX Jornadas Mundiais de Colónia quase a custo zero.
Depois das orações pela alma de João Paulo II, foi com a mesma motivação com que queríamos ver o "avô", que fomos ao encontro de Bento XVI.

Bodas de trigo ou couro

"Eu Márcio, recebo-te por minha esposa a ti Liliana, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida."

Há 3 anos fiz-te esta promessa pela primeira vez...
Depois dessa, mais 1095 vezes a renovei, todos os dias, sempre que acordo a teu lado e te vejo ao nascer do Sol...

(e mais não consegui escrever hoje, pois o piqueno JF acordou e... fraldas, leite, charope para a constipação, brinquedos a voar,... acabou o sossego, portanto...)

SILÊNCIO

Um silêncio demasiado perturbador se tem apoderado de mim nos últimos tempos.
Tem sido tempo de reflexão talvez.
É altura de definir prioridades...
Os braços bem tentam chegar a todo o lado mas o "sorriso" que me dá as boas vindas quando chego a casa, ainda não foi possuído pela febre ocidental das agendas e dos "timings" apertados.
Ele não tem hora para sorrisos, nem para choros, nem para doenças. E... o tempo passa demasiado depressa e não quero perder este momento, que daqui a um minuto já passou...
Tenho o "PC" a entrar em sobreaquecimento, e fazer entrar os sonhos em modo de hibernação, e interromper ligações a periféricos, e deixar apenas operacionais as ferramentas essenciais ao bom funcionamento do sistema, são opções para restabelecer o equilíbrio e não "crashar" o sistema.
Não vai ser fácil... há "ligações" activas à muitos anos...
...

Os Jovens não são o futuro, são o presente, porque no futuro já não serão jovens, nem terão a garra de um jovem.
... Isto já é o cansaço a falar mais alto.

SONHAR ACORDADO

Era uma tarde de Sol e o alcatrão da pista escaldava e derretia a sola das sapatilhas.
As pessoas aplaudiam e vibravam com o camião da equipa de acrobatas. O automóvel rugia dentro do atrelado. Num ápice a máquina é trazida para o meio da pista, controlada por tão hábil domador. De imediato a besta se envolve em fumo de borracha queimada, tantos são os piões realizados.
O artista leva a máquina até ao fundo da pista. Pé na tábua e o rugido do motor faz-se ouvir do outro lado do monte. A besta é libertada com a 1ª engatada. O combustível rapidamente é bebido pelo motor sedento. O ponteiro vai tocando o vermelho pedindo outra passagem de caixa, outra e mais outra. A velocidade é vertiginosa, ele mal consegue ver a estrada a passar.
E logo chega a rampa e falta o chão debaixo das rodas… A respiração é suspensa… O silêncio da expectativa é quebrado pelos rugidos do motor a pedir mais estrada… O tempo parece parar… Em câmara lenta o hábil domador de carros, leva a máquina a sobrevoar 20 autocarros, em apenas algumas fracções de segundo… O carro finalmente aterra do outro lado! A loucura é geral. O domador não cabe em si de contente… Nem um arranhão!

“-Márcio! Arruma os brinquedos e anda comer!”
Não é desesperante quando nos acordam de um sonho que está a ser tão bom?

E tudo começou numa tarde de Verão. Eu corria pelas terras à volta da casa.
À frente da porta, um monte de areia, restante das obras, fez-me soltar a imaginação.
Olhei à volta em busca de algo. Qualquer bocado de tijolo ou qualquer pauzito, que tivesse uma forma interessante (tipo carro, barco, nave espacial) servia.
Encontrei um pedaço de tijolo partido, e umas pedras quase quadradas.
Com o pedaço de tijolo comecei a escavar uma “estrada” no monte de areia, qual máquina escavadora. Uma grande recta para tomar balanço. No final da recta, uma rampa “sólida” e logo depois uma coluna de autocarros, graças às pedras quadradas. Num instante fui buscar um carro.
Comecei a rodagem. “Realizando” “takes” atrás de “takes” até conseguir a “cena” perfeita para um qualquer filme sonhado enquanto brincava.

-Este filme (O Segredo de Terabítia) fez-me “voar” até aos dias em que um dia tinha bem mais de 48 horas… Vale a pena ver!